A mesma Globo que banca a promotora de Bolsonaro no genocídio promovido por ele, é quem defende o ex-juiz que, em acordo espúrio com o mesmo Bolsonaro, condenou e prendeu Lula para o genocida se eleger e recompensá-lo.
Essa relação que o mundo inteiro escancarou e que também foi denunciada pelo excelente artigo do Le Monde que expôs as vísceras do lavajatismo, é absolutamente apagada de qualquer narrativa da Globo sobre o genocídio, o genocida e quem o colocou na cadeira da presidência.
Lógico que essa narrativa forçada tem um único objetivo, insistir na condenação de Lula e tirá-lo da eleição, agora, de 2022, como foi feito em 2018, mesmo sabendo que jamais Moro apresentou prova de qualquer delito de Lula.
Assim, a orientação do jornalismo da Globo é focar na salvação de Moro, o que consequentemente significa a condenação política de Lula, tendo o STF como fiel da balança, seja no caso do HC de Fachin ou na Segunda Turma que votou pela suspeição de Moro.
O problema maior que está posto, inclusive na matéria do Le Monde que a Globo faz questão de censurar, é que os Marinho e Moro se confundem nessa trama macabra, assim como a Globo.
Se o STF mudar o seu entendimento para atender a Merval e cia, estará salvando não somente Moro, mas a reputação da Globo, sócia do ex-juiz que colocou o genocida no poder. E é nessa emboscada que a própria Globo se meteu tentando criar uma narrativa sobre Bolsonaro a partir dele próprio e não por uma trama criminosa que envolveu uma recompensa ao juiz corrupto.
Claro que, tanto por Merval quanto pelo editorial de O Globo de hoje, essa trama é absolutamente esquecida, pois querem construir Moro a partir de Moro e Bolsonaro a partir de Bolsonaro quando, na verdade, a tragédia brasileira que já matou 360 mil brasileiros, começa efetivamente com o golpe em Dilma, com a participação efetiva da Lava Jato, até a chegada de Bolsonaro ao poder em que a Lava Jato foi tão direta que o juiz corrupto, protegido pela Globo, recebeu uma espécie de prêmio Faz Diferença de Bolsonaro com a pasta da Justiça e Segurança Pública.
A decisão será do STF se aceitará ou não ser pautado pela redação da Globo.
*Carlos Henrique Machado Freitas