O que ficou claro no julgamento da suspeição de Moro é que 1 milhão de manchetes garrafais não foram suficientes para transformar um inocente em culpado.
As consequências da prisão de Lula foram nefastas para o Brasil. Primeiro, porque não houve crime, portanto não houve provas de crime, mas Lula já estava condenado a servir de degrau à ambiciosa, mas medíocre carreira política de Moro.
Se Vera Magalhães, toda deslumbrada com o traje preto de Moro, dizia que ele era um grande enxadrista que estudava os passos de seu oponente, não se sabe que conceito a moça tem de xadrez, mas sobretudo que ideia ela tem de justiça para transformá-la num mero tabuleiro, aonde não há necessidade de provas, mas de “jogadas de mestre” do juiz.
Essa narrativa de Vera Magalhães, velha antipetista raivosa, sintetiza com perfeição o que foi a Lava jato, um jogo de palavras e manchetes, muitas imagens angulosas e um fetiche policial. Sim, tem muita gente que sonha com homens fardados em suas fantasias não confessadas.
Talvez seja este o caso da atual condutora do Roda Viva, rasa, inculta que traz com ela o receituário de conversa de salão, mas que, na realidade, não consegue construir pedal.
Ela, que sempre deu como xeque mate de Moro a prisão de Lula, assim como os Mervais, Camarottis, Tralles e Josias de Souza da mídia, estão decepcionadíssimos com Cármen Lúcia que há pouco tempo era uma espécie de madrinha da bateria dos patusqueiros que teclavam suas sandices ao som do preconceito de classe e do uso da justiça como vingança política.
Mais do que isso, eles aplaudiram não só a eleição do genocida, mas quem, na suposta jogada de mestre do xadrez político, colocou Bolsonaro no poder e teve como recompensa, assim como um troféu de campeonato, uma super pasta da Justiça e Segurança Pública em um governo que hoje, com certeza, ultrapassará a linha de chegada de 300 mil mortes, por culpa absolutamente exclusiva de Bolsonaro e seus carregadores de piano.
É sobre isso que se tem que falar, porque, se Moro foi parcial condenando e tirando Lula da eleição, sem provas, e com o apoio total da grande mídia, todos são coautores desse trágico número de óbitos que produziu a “jogada de mestre” do juiz aplaudida e cantada pelo colunismo industrial.
Não tem escapatória e a história saberá narrar com precisão, porque, nesse caso, não faltam provas. Eles estão, como nesse vídeo abaixo, nas redes sociais rodopiando como Saci.
Ouça o que a Verinha diz pic.twitter.com/UAgs5raz6a
— Carlos Teodoro (@teocarlos_teo) March 24, 2021
*Carlos Henrique Machado Freitas