Com o governo absolutamente enfraquecido e a conta do neoliberalismo radical chegando, Bolsonaro ficou entre os caminhoneiros e o mercado financeiro. Por incrível que possa parecer, Bolsonaro olhou para o golpe de 2016, quando Dilma acenou para o mercado, com Joaquim Levy e perdeu o apoio popular. A mídia aproveitou o momento e construiu o discurso que levou ao golpe. O ódio foi a consequência.
Bolsonaro fez o contrário, está partindo do neoliberalismo radical para uma espécie de reforma na Petrobras e promete mudanças no setor elétrico. Ele pode estar acertando por medo e sem querer.
De um lado, Paulo Guedes e os cães de guarda do mercado no ministério da economia, do outro, os preços do petróleo e uma Petrobras que pertencem ao mesmo povo que está absolutamente empobrecido.
Há duas possibilidades para o governo nesse momento, ou segue com o radicalismo, ou vai em direção à intervenção estatal. Neste momento de pandemia, a intervenção já deveria ter ocorrido há muito tempo, controlando preços de combustíveis, energia elétrica, aluguéis e outros que influenciassem a qualidade de vida ou a segurança alimentar do brasileiro.
O recuo de Bolsonaro é sinal de que seu governo original acabou e está refém do centrão e da situação de fome que ele mesmo construiu. Para não cair, vendeu o governo para o centrão e agora, para continuar vivo, muda a ok da economia. Agora, se salva no curto prazo, mas, deve perder o apoio do mercado financeiro, que sustentava o poder, ao menos, até o momento.