Qualquer diagnóstico do caos em que o Brasil vive aponta como causa principal a incompetência dos militares do governo Bolsonaro.
Não precisa de argúcia intelectual para entender que houve um escambo entre Bolsonaro e os militares para o engajamento apaixonado dos representantes das Forças Armadas de seu governo.
Como bem disse Requião, Lula investiu nas Forças Armadas e Bolsonaro, nos generais.
Bolsonaro, que acumula longa trajetória de fazer política na base do corporativismo militar, sabia que uma coalizão empresarial-militar daria ao seu governo blindagem suficiente para segurar o repuxo dos escândalos ligados ao seu clã e a Queiroz.
Até aqui, pode-se dizer que sua estratégia funcionou. As acusações contra Flavio e o restante do esquema que ele representa como testa de ferro do pai estão congeladas no aparelho judiciário do Estado.
A questão é saber qual o preço que as Forças Armadas estão pagando.
Primeiro, porque não tem como separar os militares, todos incompetentes, do governo Bolsonaro, das Forças Armadas como quer a cúpula militar.
Segundo, porque a questão não é aonde esses militares incompetentes do estão, se na reserva ou ativa, mas de onde todos vieram.
Ou seja, se a obra demolidora de Bolsonaro é evidente, cada militar que ocupa uma pasta de seu ministério, representa um membro formado e saído do mesmo lugar que ele.
Assim, Bolsonaro fez as Forças Armadas se transformarem em chacota perante a opinião pública.
*Carlos Henrique Machado Freitas