Pandemia segue favorecendo setores Neoliberais: como o campo popular deveria reagir?

Pandemia segue favorecendo setores Neoliberais: como o campo popular deveria reagir?

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Ao contrário do que se imagina, a Pandemia do COVID-19 que atravessou o ano de 2020 e ainda segue causando imenso prejuízo Mundo afora não prejudicou as camadas dominantes da sociedade do Capital. Ao contrário disso, a Pandemia pavimentou a capacidade dos setores influentes em dobrarem a aposta na capacidade de impor defensiva na classe trabalhadora Mundial, a maior prejudicada não só pela Pandemia mas pela própria Crise do Capital.

A Pandemia tornou-se um grande argumento para impor defensiva na imensa população trabalhadora mundial sob alegações falsas de “responsabilidade pública”. Os vetores que detém o controle do Estado e dos meios de comunicação pautaram de forma uníssona e massiva o código de conduta global alegando soberania da Ciência. Ora, desde quando a Burguesia contemporânea é favorável à Ciência? Só é capaz de acreditar nisso quem não tem o menor espírito crítico e não acompanha a História humana do início do século XX até aqui. A grande Burguesia reinventa a Ciência ao seu bel-prazer, a alimenta de acordo com os seus interesses de poder e não têm o menor interesse em salvaguardar a saúde e bem-estar da população global, portanto, qual autoridade estes setores possuem em determinar quarentena e isolamento social?

É esse tipo de questionamento que faltou na esquerda brasileira e mundial no ano de 2020. Pouquíssimos analistas se dedicaram a questionar esta problemática. Vemos um jogo cujas peças não se encaixam. Ao contrário, as lideranças que se auto intitulam de esquerda tiveram seus véus puxados, apoiaram de forma total e irrestrita as teses de isolamento social repetindo o mesmíssimo discurso dos Neoliberais acreditando que a Pandemia “zerou” o problema da luta de classes. Esse é um erro grotesco e inaceitável. Ou seja, para esta esquerda de quinta categoria, a Pandemia levou a sociedade a um “momento inédito de paz e solidariedade” onde não há classes sociais, não há luta pelo poder e não há interesses de ordem alguma. Ora, que ideologia mais absurda e ignorante!

Hoje os setores progressistas são a imagem e a semelhança do muro das lamentações, não apresentam saídas revolucionárias e não se colocam como candidatos à tomar a iniciativa do jogo global em meio a uma crise de imensas proporções. Alegam medo do vírus, alegam que é necessário “esperar” que as autoridades competentes façam o seu trabalho.  Me pergunto, qual trabalho? O de massacrar o povo? A Pandemia de COVID-19 é uma demonstração clara de que boa parte do campo progressista Mundo afora não quer mudar a sociedade. Ao contrário, deseja vincular-se à Ordem do Capital. Caíram todos os véus da esquerda pequeno-burguesa no ano de 2020. Como forma de se contrapor a estas acusações alegam que estas críticas seriam insígnias do “negacionismo” e discurso de “teoria da Conspiração”, vinculando-os à Extrema Direita. Esta linha de raciocínio visa livrar a cara dos setores pequeno-burgueses das acusações de colaboracionismo com o sistema do Capital em crise.

Uma reflexão pouco feita em meio ao caos da Pandemia é que as políticas de isolamento social e quarentena terceirizaram a responsabilidade pela taxa de infecção, internação e mortalidade no povo. Assim, as infecções e mortes não são um problema das políticas Neoliberais adotadas entre 1970 a 2010, ao contrário, são um problema do povo que seria “irresponsável” e “inculto”. Sempre é mais fácil acusar o povo e não o sistema. A esquerda pequeno-burguesa global aderiu este mesmíssimo discurso, acusou e acusa sistematicamente o próprio povo pelo problema da Pandemia e não questiona em momento algum o Establishment. Que esquerda mais decadente é esta? Se temos uma certeza política para o ano de 2021, esta certeza é que boa parte da esquerda precisa ser denunciada de forma intensiva por trair a própria classe trabalhadora!

A melhor postura diante da Pandemia é não aderir aos discursos de Estado e dos Meios de Comunicação. Estas determinações do Establishment colocaram a população trabalhadora Mundial de joelhos. Assim, a iniciativa do processo político está inteiramente nas mãos da Burguesia que pavimenta um caminho de maior dominação e ditadura global. Ao invés de acusarmos os pares e alegar que estão “vivendo a vida normalmente como se não tivesse pandemia”, discurso absurdo e típico da esquerda colaboracionista, a população trabalhadora deve se impor e colocar o problema da Pandemia como responsabilidade dos setores dominantes. A partir do momento que aceitamos bovinamente as determinações da OMS, ONU, FMI, Banco Mundial, Globo, CNN e etc, estamos caindo na armadilha e no jogo de defensiva enquanto entregamos a iniciativa nas mãos dos Neoliberais. Assim, pessoas como João Dória, governador de São Paulo podem determinar isolamento social para a população de São Paulo e passar as festas de fim de ano em Miami, afinal, quem é o responsável pelo alastramento do vírus? O povo, alegam. Aliás, para os neoliberais o próprio povo é o vírus!

Não devemos aceitar este discurso covarde e absurdo! A classe trabalhadora precisa pautar a si própria e não deixar que o Establishment a coloque na “linha”. Aderir a estas ideologias religiosas absurdas é puro colaboracionismo com a Direita Neoliberal.

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