É interessante como o mundo gira e em pouco tempo, agora, a Força Sindical, que na ocasião do golpe de 2016 era liderada por Paulinho da Força, foi a favor da queda de Dilma Rousseff.
Depois de uma série de perda de direitos trabalhistas e pior, com medidas acertando em cheio os sindicatos, como a perda do imposto sindical, o arrependimento institucional não poderia ver mais rápido. Para o atual presidente da Força, Miguel Torres, o ex-presiente Lula é a melhor escolha para 2022.
“Eu diria, sem medo de errar, seria o Lula ter os seus direitos restituídos, e ele seria a melhor pessoa”. disse.
“O outro seria uma unidade de centro-esquerda para poder ter um candidato. Aí eu te falei: estão nessa órbita o Dino, o Ciro. Mas o ideal para a população seria o Lula, se tiver condições”, completou.
De acordo com o sindicalista, “a pior derrota para os trabalhadores é a falta de diálogo. É um governo que nunca conversou com o movimento sindical”. “Temos que apoiar e ficar atentos, porque tudo indica que vai ter mais greves no ano que vem, para barrar algumas coisas”, disse.
“A Medida Provisória 936, Ele [Bolsonaro] tirou os sindicatos das negociações. Imagina você, sozinho, negociar uma redução de jornada com o seu patrão? Não é negociação, é imposição. A situação dos trabalhadores hoje é de uma incerteza muito grande. Quem tem carteira assinada não forma a maioria da mão de obra ativa. Hoje, essa maioria está na informalidade. E aqueles que estão registrados têm muita insegurança, porque as crises não têm um horizonte. Você vê grandes empresas fazendo PDVs [Planos de Demissão Voluntária]”, continuou.
“A crise vai se aprofundar, e vamos trabalhar para enfrentá-la com unidade de ação”.
As declarações do sindicalista foi dada em entrevista à revista Carta Capital.