Após 4 anos de idas, vindas e diversos acordos rejeitados, bem como a queda de uma primeira-ministra, Teresa May, a Inglaterra finalmente chega a um acordo factível de divórcio com a União Europeia.
Quatro anos após, o apoio a Brexit é minoria e representa o maior e mais perverso efeito do uso das redes sociais e da Fake News como arma política.
“O acordo está feito. Tudo que foi prometido aos britânicos no referendo de 2016 e na eleição do ano passado está entregue por este acordo”, diz o texto. “Retomamos o controle de nosso dinheiro, nossas fronteiras, leis, comércio e águas de pesca.”
O surgimento do acordo em plena pandemia, ocorrendo essencialmente à distância e por telefone, era tido como tão improvável que os políticos do parlamento europeu e do Reino Unido chegaram a atribuir o encerramento do imbróglio a um “alinhamento do estrelas”, ou a um milagre de Natal. Até a BBC, sempre com ares sérios e formais, deixou de lado o tradicional mal-humor britânico para fazer troça com o fato.
A situação era tão limite, que se nada ocorresse até primeiro de janeiro, a relação entre o Reino Unido e UE passaria a ser arbitrariamente regido pela OMC e por tratados internacionais.
O acordo, com mais de 2000 páginas agora será encaminhado aos congressos e câmaras federais dos países membros a UE e do Reino Unido e necessita da aprovação de todos, para que haja o “divórcio amigável” entre as partes.
*Foto: Daniel Leal-Olivas – 31.jan.20/AFP