Vale lembrar que os dois casos de impeachment no Brasil sempre acontecerem no terceiro ano de mandato, quando o presidente enfrenta grande desgaste político e fadiga de medidas econômicas impopulares adotadas nos primeiros anos de governo.
Bolsonaro não está imune ao temido terceiro ano de mandato. Para se ter uma ideia, o caso do mensalão estourou em junho 2005 e levaria o país para mais uma queda de presidente, igualmente no terceiro ano de mandato, em 2006, se não fosse a habilidade política do ex-presidente Lula.
O que segurou o bolsonarismo no poder até o momento, não foi a sua habilidade política, ao contrário, mas, o medo de dois impeachments em mandatos consecutivos e as consequências disso para a democracia brasileira. A pandemia, por sua vez, abriu um campo vasto de agravamentos de crises sociais e econômicas, em um cenário em que se tem o pior presidente da história. A BBC analisa, justamente uma conjuntura de tempestade perfeita, sem citar o terceiro ano de mandato.
“A série de fatores negativos pode ser lida como uma espécie de ‘tempestade perfeita’, um período que testará a resiliência da gestão de Bolsonaro, segundo especialistas de várias áreas”, avalia a rede britânica.
A BBC também o afastamento dos EUA, com a vitória de Joe Biden, o que levará o país a um maior isolamento internacional. Ainda, aborda o fim do auxílio emergencial, bem como a pobreza advinda do fim do programa, incluindo o desastre econômico do fim da injeção de bilhões na economia local.