Apenas alguns anos depois do desfecho desastroso do processo do Triplex do Guarujá, poucas pessoas se atentaram para a movimentação do juiz compadre do ex-procurador-chefe da Lava Jato de Curitiba, Deltan Dallagnol, com a aceitação de mais uma denúncia contra o ex-presidente Lula.
O primeiro ponto importante, em relação à denúncia, é que ela mistura a pessoa do ex-presidente Lula, com o Instituto Lula. Nesse sentido, as doações que foram declaradas e tributadas, passaram, de uma hora para outra, a ser ilegais, do ponto de vista da Lava Jato. Ou seja, se trata de algo requentado que o próprio ex-presidente foi inocentado por outro tribunal, o de Brasília, envolvendo as palestras de Lula em empresas.
O que ninguém está se atentando é que o tal tempo recorde da denúncia à condenação no processo de retirou Lula das eleições de 2018, elegendo Bolsonaro, durou 18 meses. Ou seja, qualquer um é capaz de compreender que esse processo visa, de fato, algo que ocorrerá em 2022. Ou seja, até lá, a república de Curitiba vai condenar o ex-presidente, mesmo que o ex-super-juiz Sérgio Moro seja considerado suspeito. Com isso, mesmo que Lula seja inocentado, em 2021, sua candidatura será impugnada pelo processo iniciado nesta semana.
O caso agora, se torna muito mais complexo, na medida que se trata de um segundo juiz. Mesmo que se tenha a certeza de que houve uma “jogada ensaiada” entre todos os entes do judiciário do TRF-4, a argumentação da quadrilha da Lava Jato será juridicamente plausível, embora factualmente mentirosa.
Se a esquerda não construir uma outra estratégia para 2022, correrá o risco de não Lula como candidato e não conseguir a construção de um nome com tempo de marketing hábil a ser eleito, por que no segundo turno, já se sabe que estará.
Marcos Virães
outubro 26, 2020 at 1:39 amSomos colônia dos EUA.
Enquanto o brasileiro não atentar para isso e resolver dar um basta vão pintar e bordar conosco.