Quando o auxílio emergencial foi imposto a Bolsonaro por força de lei aprovada no congresso, o governo fez todas as forças para que o projeto desse errado, tentando empurrar trabalhadores mais pobres para seus postos de trabalho, como forma de servir aos empresários. Um fato que a pandemia expôs com muita clareza é que a riqueza é produzida pelo trabalhador e não pelo empresário, também conhecido como “capitalista”.
Bolsonaro, rodeado de pessoas nonsenses e incompetentes, elaborou a distribuição do auxílio através de uma conta digital da Caixa, cujo pleiteante deveria digitar informações como CPF, endereço e outros. A questão é o Brasil real nem formalizado é, com isso, houve uma correria para cobrir os erros como CPFs inválidos e formalização de pessoas a margem das instituições.
O resultado óbvio da incompetência bolsonarista foram milhares de militares com altos salários recebendo o auxílio e, para piorar, milionários também recebendo. Esse levantamento só foi possível pelo cruzamento de dados entre a declaração do patrimônio de candidatos nas eleições deste ano, com o disponível pela sistema da Caixa.
Segundo a reportagem de O Globo, são 297 candidatos com patrimônio declarado superior a 1 milhão de reais, que receberam ao auxílio de R$ 600,00.
DA MATÉRIA DE O GLOBO
O advogado João Ricardo Baracho Navas, candidato a vereador em Itapetininga (SP) pelo PP, declarou um patrimônio de R$ 6,4 milhões. Ele é dono de um shopping e de um escritório de advocacia, além de um barco e alguns carros. Anunciou, recentemente, que está investindo em um novo prédio comercial e, neste mês, pediu indicação de faxineira para trabalhar duas vezes por semana. Contatado, diz que requisitou o auxílio porque está “tudo parado”:
— Não tenho renda nenhuma. Meus imóveis, que são de locação, não estão funcionando, e meu escritório está parado. Tenho quatro filhos para criar. Não é fácil. Nessas épocas de crise, o patrimônio gera até despesas, porque tem que mandar funcionário embora. Demitimos todo mundo.
Marcelo Barros, candidato a vereador pelo PSC em Varginha (MG), tem um patrimônio declarado de R$ 3 milhões, sendo um terço do valor referente ao terreno onde fica o motel de seu irmão que, segundo ele, está sem receber visitantes.
— Eu fui gerente da Peugeot, mas hoje eu tenho 70 anos e ninguém me dá um emprego. São coisas que vão acontecendo na vida da gente. Eu não ganho nada, infelizmente — diz Marcelo.
Dilonzinho Miranda, candidato a vereador em Virginópolis (MG) pelo PL, declarou um patrimônio de R$ 5,8 milhões. Ele tem três fazendas, dois caminhões, uma caminhonete e um carro. Ainda assim, recebeu o auxílio. Procurado, ele não respondeu por que pediu o benefício.