Não é por acaso que esta foto em destaque se tornou a imagem real da Lava Jato. Moro representando a justiça brasileira, com a hegemonia da Lava Jato dentro do sistema de justiça no Brasil, e Aécio, à época, presidente do PSDB, representando a liderança da direita no país.
Não é preciso dizer que os dois sempre gozaram da preferência e, consequentemente da proteção da mídia. Isso, para ser econômico. Na verdade, Aécio e Moro, que se nutriam mutuamente dos ataques ao PT, à Dilma e a Lula, com o mesmíssimo slogan de que o PT era uma quadrilha, contaram com a absoluta e massiva publicidade da grande mídia.
Quando eles naufragam abraçados, junto naufraga toda uma estratégia de poder traçada pela direita.
Bolsonaro que, na verdade, é fruto dessa escumalha, representada por Aécio, Moro e grande mídia, está ali agora sendo excomungado por quem produziu e alimentou o esgoto que pariu o monstro.
É difícil saber hoje quem está mais desmoralizado, Aécio ou Moro. Talvez Aécio, porque não teve como a Globo esconder no Jornal Nacional seu pedido de propina a Joesley com a imagem de seu primo carregando as malas de dinheiro, fato filmado pelo próprio Joesley para ser usado no momento oportuno, como foi.
Moro, certamente, o juiz que mais vazou falsas delações para a grande mídia, foi salvo pela Globo, vejam só, pela emissora considerar que a Vaza Jato era verdadeira, porque esse fato nem Moro negou, mas a fonte e a forma com que as vísceras da Lava jato foram expostas pelo Intercept, eram criminosas, segundo a Globo e o próprio Moro.
Bastaria aquela armação tosca entre Moro, Veja e Globo às vésperas do segundo turno da eleição de 2014 em que a Veja publicou a infame capa, “Eles sabiam de tudo”, estampando os rostos de Dilma e Lula, para se afirmar que a Lava Jato praticamente começa tentando colocar Dilma de joelhos e entregar a Aécio a vitória daquela eleição.
Detalhe, o suposto delator não é ninguém menos do que o doleiro de estimação de Sergio Moro desde o escândalo do Banestado, Alberto Youssef, que hoje goza de uma vida de rei com o fruto de sua corrupção, com duas absolvições de Moro, no Banestado e na Lava Jato.
Com tanta mentira, com tanta corrupção envolvendo o mundo desses dois que ficaram famosos juntos através dessa imagem promíscua, que acabaram morrendo abraçados, afogados na própria ganância, enquanto Lula e Dilma estão politicamente mais fortes do que nunca.
*Carlos Henrique Machado Freitas