Diante de uma economia manca, sem a menor chance de dar um caldo qualquer para enfrentar uma crise que se agiganta, Bolsonaro, inutilmente, tenta jogar nas costas de prefeitos e governadores o tijolo que foi parar na sua testa.
A mídia de banco faz o papel dela, o de produzir alaridos contra o governo furar o teto como quer Bolsonaro que, agora, encontra-se em desespero.
Os economistas convocados para explicar o fracasso de Guedes fogem do assunto, porque avalizaram, desde Temer, todas as reformas que levaria o Brasil ao céu e, hoje, está no inferno.
Ninguém sabe o que dizer, ninguém ousa dar um palpite, mesmo que infeliz.
Elio Gaspari, agora, criou uma versão pitoresca para dar a Moro uma saída da disputa política menos desonrosa, criando uma fantasia que dá a Bolsonaro super poderes a partir de sua esperteza de raposa política e, segundo ele, da ingenuidade de Moro.
Tudo para não dizer que o pior negócio que Moro fez na vida, não foi meter-se com Bolsonaro, mas com Lula.
O que Moro teve que fazer para condenar e prender Lula sem levantar suspeita de que ele corrompeu todo o sistema de justiça e está pagando caro, junto com toda a Lava Jato, Gaspari omite.
Aliás, a aposta da direita no terreno da falsa moral é requentar o lavajatismo com outros picaretas que estejam com o filme menos queimado do que a patota atual.
A sofreguidão, na busca por manter os bordões puídos de que o PT quebrou o Brasil porque montou o maior esquema de corrupção do mundo, não dá mais, apodreceu.
Mas como eles não têm nada para colocar no lugar, querem mudar de panela para ver se, requentando o bate-entope na base do martelete midiático, ainda se aproveita alguma coisa, porque o barata voa está geral no lado dos golpistas, fascistas e neoliberais.
O artigo de Elio Gaspari de hoje, na Folha, escancara isso.
*Carlos Henrique Machado Freitas