Ironicamente, depois de 20 meses de um governo fracassado na área econômica e, consequentemente na prometida política de geração de empregos, depois de uma série de reformas, Bolsonaro ainda soma contra si, além dos crimes de corrupção da família, o título de genocida, por sua conduta criminosa diante da pandemia, tendo apenas o auxílio emergencial como algo que obteve aprovação da sociedade, o que levou ao aumento da aprovação de seu governo.
Para muitos isso é uma vitória de Bolsonaro porque transformou limão em limonada, já que queria dar, no máximo, R$ 200 de auxílio e o Congresso aprovou o projeto, liderado pela esquerda, que elevou o valor para R$ 600.
Lógico que Bolsonaro transformaria esse mata-leão que tomou em obra de seu governo, porque ele suficientemente mau-caráter para exaltar programas sociais nos quais a vida inteira ele cuspiu ódio como o Bolsa Família.
Mais irônico ainda são os bolsonaristas que hoje comemoram o aumento de sua popularidade porque Bolsonaro foi obrigado pelo Congresso a cumprir um programa social da esquerda.
Isso revela o nível de indigência desse governo, não ter um único projeto ou programa além desse que foi aprovado pela sociedade depois de 1 ano e 8 meses de governo. É mesmo coisa de “mito”.
O que precisa ser calculado não é o que Bolsonaro ganhou politicamente com o auxílio emergencial que era contra, mas a reprovação do povo a todos os programas e reformas de seu governo até então. O homem é um portento em fracassos políticos. Precisou ser salvo pela esquerda para continuar sobrevivendo politicamente, aos trancos e barrancos, porque se dependesse das políticas ultraliberais de Guedes, Bolsonaro hoje teria apoio apenas do gado que muge ódio, que gira em torno de, no máximo, 20%.
É isso que tem que ser calculado por uma análise pragmática sobre a tal pesquisa do Datafolha.
*Carlos Henrique Machado Freitas