A curiosa história do “cavalo de pau” na cassação do senador Seif, suspeito de favorecimento por Luciano Hang

A curiosa história do “cavalo de pau” na cassação do senador Seif, suspeito de favorecimento por Luciano Hang

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Acusação diz que Hang colocou recursos à disposição da campanha de Seif, que acabou esmagando os adversários na eleição.

A coluna da jornalista Bela Megale, em O Globo, nesta terça (30), conta uma história curiosa. Ao que tudo indica, o relator da cassação do senador Jorge Seif (PL-SC) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Floriano Azevedo, decidiu dar um “cavalo de pau” em seu próprio relatório, ou seja, mudou radicalmente de posição a respeito da perda do mandato do bolsonarista.

Primeiro, o relator havia se manifestado favorável à cassação do senador Seif, acusado de abuso de poder econômico. Há suspeita de que o empresário Luciano Hang, bolsonarista nato e dono das lojas Havan, tenha usado os funcionários da rede e colocado recursos à disposição da candidatura de Seif, que acabou esmagando os adversários na eleição.

Segundo apurou a coluna, o relator chegou a enviar por e-mail uma cópia do relatório final aos ministros do TSE, votando pela cassação e declaração de inelegibilidade de Seif.

Porém, depois de seguidas interrupções no julgamento de Seif, o relator mudou de ideia. Não compareceu à sessão marcada para o dia 16 de abril, alegando questões familiares. Na sessão seguinte, o caso não foi pautado por conta da viagem de outro ministro, Alexandre de Moraes.

Foram semanas suficientes para Azevedo supostamente mudar de ideia. Segundo informa a coluna de Bela Megale hoje, dia de retomada do julgamento no TSE, o relator distribuiu cópias impressas do novo voto nos gabinetes dos ministros. Dessa vez, votando contra a cassação. A impressão foi tentativa de evitar vazamento.

Ainda segundo a apuração, tudo indica que houve lobby nos bastidores para influenciar a mudança de ventos. Além disso, o próprio Supremo Tribunal Federal estaria de olho no processo e teria recomendado “cautela” ao TSE, “já que uma eventual cassação vai impactar a relação do Judiciário com o Legislativo“.

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